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Absorção e distribuição

  • Inalação        Os primeiros sintomas aparecem em poucos minutos.

  • Ingestão oral        Aparecimento de sintomas mais tardiamente.

  • Dérmica

  • Exposição cutânea localizada       O efeito ocorre na área exposta, no entanto, se existir lesão cutânea ou dermatite há exarcerbação da lesão.[3]

Os tipos de absorção e distribuição supracitados ocorrem tanto para os Carbamatos como para os Organofosforados. No entanto, os Carbamatos quando são absorvidos pela via dérmica a temperatura ambiente elevada, a exposição é ainda mais perigosa.  A via dérmica é a mais comum de intoxicações ocupacionais, seguindo-se a via respiratória. A via oral ocorre quando há intoxicações agudas acidentais ou propositadas, como no caso de suicídios.[3]

Bioativação

A Bioativação dos Organofosforados e Carbamatos dá-se de forma muito acelerada.[3]

Os Organofosforados têm como biotransformação reações de oxidação como por exemplo a dessulfuração (principal via) que leva à formação de compostos como os apresentados no metabolismo dos Organofosforados (ver tópico seguinte). Assim, ocorre quase sempre o aumento da toxicidade do composto. Pode ainda ocorrer a oxidação do grupo tioéter, oxidação dos constituintes alifáticos e O-desalquilação para além de reações de Clivagem hidrolítica e Redução. Neste ultimo caso, normalmente, os compostos já não são tóxicos para o organismo uma vez que se ligam a locais sem significado toxicológico.[3]

Os Carbamatos utilizam vias do tipo Monoxigenase dependentes de FAD, degradando-se em oximas, sulfóxidos, acetonitrilos e CO2. O Acetonitrilo em concentrações elevadas no organismo leva ao aparecimento de Cianometahemoglobina. [3]

Estes compostos no organismo sofrem reações de Hidrólise e Hidroxilação do grupo metilo com formação de outros de menor toxicidade. Podem também ocorrer reações de Hidroxilação do anel aromático, N-desmetilação e Conjugação.[3]

Metabolismo

O metabolismo do Paratião é o típico dos organofosforados, ou seja, percebendo bem o metabolismo deste composto consegue-se perceber o de todos os Organofosforados. O Paratião é metabolizado no fígado pelo Citocromo P450, formando-se um epóxido (esquema 1). A partir deste, existem duas vias de metabolização. A primeira em que o epóxido é hidrolisado a fosfato de dietilo, tiofosfato de dietilo (DETP) e para-nitrofenol. Pode assim afirmar-se que nesta etapa há formação de fosfatos de alquilo. Estes metabolitos formados são, posteriormente, eliminados pela urina. Por outro lado, na segunda via, dá-se a oxidação do epóxido, havendo formação de paraoxónio (POX) que corresponde a um composto mais tóxico que o Paratião.[1]

Assim, este metabolismo é também válido para os restantes Organofosforados, tendo como resultado da sua metabolização dois ou mais fosfatos de alquilo, que não são tóxicos, mas que servem de indicadores da exposição destes compostos. No entanto, há também uma via que pode produzir compostos ainda mais tóxicos que o composto original, provocando os efeitos adversos graves.[1]

Esquema 1: Metabolismo do Paratião

No que concerne aos carbamatos estes compostos são metabolizados por mecanismos hidrolíticos e oxidativos, dando origem a metabolitos que são excretados sob a forma de sulfatos e/ou conjugados com o ácido glucorónico. Os metabolitos resultantes da metabolização dos Carbamatos podem ser mais ou menos tóxicos que o composto original, dependendo do composto. As reações de biotransformação ocorrem sobretudo a nível hepático e envolvem a hidrólise do éster carbamato e a oxidação do enxofre.[2]

De forma sucinta, pode afirmar-se que no caso dos carbamatos primeiramente ocorre uma hidrólise com formação do ácido N-metilcarbâmico e o fenol correspondente. Seguidamente, ocorre uma hidroxilação do metil que se encontra ligado ao átomo de azoto com posterior hidroxilação do anel aromático. Por último, ocorre uma N-desmetilação e uma conjugação com o UDPGA e PAPS.[3]

Eliminação 

A eliminação destes compostos é feita, maioritariamente, na Urina e Fezes. Contudo, também ocorre por Via Biliar, onde ocorre circulação entero-hepática, havendo prolongamento da sintomatologia.[3]

Complemente a informação deste tópico consultando:

Fonte:

[1] Human Toxic Chemical Exposure - Organophosphate Pesticides – [online] Disponivel em http://www.pactox.com/library/article.php?articleID=23. Acedido em 22/05/2016

[2] Dorough, H. W. (1970). Metabolism of insecticidal methylcarbamates in animals. Journal of agricultural and food chemistry, 18(6), 1015-1022.

[3] Contribuição para o estudo das intoxicações por carbamatos: o caso do chumbinho no Rio de Janeiro. – [online] Disponivel em http://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?id=00004403&lng=pt&script=thes_chap. Acedido em 2/06/2016

 

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